terça-feira, 2 de março de 2010

Quando começa a paternidade



Quando peguei o resultado positivo, já sabia das implicações que a gravidez teria na minha vida. A partir dali eu já era mãe, tinha uma série de cuidados pra tomar, mudanças a fazer, reformas e compras a comandar.

Mas que hora o pai começa a ser pai? É no primeiro enjoo, na hora de pagar a primeira bateria de exames, é quando está presente no primeiro ultrassom endovaginal? Não, nesses momentos ele é um marido (namorado, parceiro) companheiro. Também não começa a ser pai quando pinta o quarto do bebê, quando vende a moto e compra um carro pra dar mais conforto à grávida: ele está sendo cuidadoso. Ficar ao lado da esposa (namorada, parceira) quando ela tem ataques histéricos, crises intermináveis de choro, surtos de mau humor semiassassino, cochilos que duram 2 dias e até nos dificílimos momentos de escolher uma roupa pra ir trabalhar, nada disso é ser pai: é ser um cara realmente especial.

Ele não é pai quando diz “você está linda”, quando passa a noite com a mão na barriga da mãe de seu filho pra ver se ele fica quieto um minuto que seja. Não é pai quando a esposa está em crise de insegurança (por causa do peso, das formas, das roupas, dos inchaços) e ele faz uma declaração de amor ainda mais bonita do que aquela dita logo depois do primeiro “eu te amo”. Não é pai quando passa várias noites “na mão” porque a criança mexe tanto no útero que torna impossível pensar em sexo. Não é pai quando leva a companheira pra tomar suco, água de côco, comer dobradinha no domingo à noite ou banho de mar na segunda-feira. Ele está simplesmente lembrando que ela não é só mãe, ela é mulher. A sua mulher.

Em todos esses momentos, o “futuro pai” é só o marido de uma mulher grávida.

Mas ele não vai ser pai só quando o filho nascer. Ele tem vários momentos de paternidade antes disso. É pai quando percebe o movimento dentro da barriga e se dá conta que é seu filho que está ali. É pai quando, em seu aniversário, agradece a Deus pelo presente que ainda nem chegou mas que já mudou sua vida. É pai quando deixa de comemorar este mesmo aniversário para organizar o “chá de fraldas” do seu filho, e intima todos os amigos a levar fraldas das melhores marcas do mercado.

É um superpai quando acorda todas as manhãs e conversa longamente com aquela barriga em constante movimento, só pra garantir que seu filho vai reconhecer sua voz desde o primeiro sopro de vida. Superpai, quando pesquisa no Google as marcas mais indicadas de cadeirinhas pro carro, tecidos que dão alergia, alimentos que interferem na amamentação, quando assiste um parto pela TV só pra saber o que esperar.

Feliz do filho que tem um pai assim.
E feliz da mulher que tem um companheiro tão presente.
Feliz de mim!


3 comentários:

  1. Tu me fez chorar bobalhona!!! bom saber q tu tá pensando assim...
    bjuuuu

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  2. lindo, lindo, lindo...o que mais vou dizer desse teu post hein menina.....

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  3. lindas palavras, emocionei BRUTAL (rs)
    passa um filme na cabeça.. lembro que quando cheguei no 5 mês tive que tomar cuidado pq minha pressao tinha subido (e depois consegui controla-la) e dan teve que tomar conta do pedaço sozinho e do trabalho, faculdade terminando, curso da OAB.. e conseguiu dar conta de tudo. EU DIGO QUE SE FOSSE COMIGO EU IRIA ME STRESSAR, PASSAR NA CARA E NAO FARIA NEM METADE... kkkkkkk

    eles tem dois seres pra cuidar agora....

    é a relação linda.. de pai/ marido

    Desejo tudo de melhor pra chegada do filhote de voces, Ana!
    um beijao grande

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